O EXERCÍCIO DA PATERNIDADE (Curso de Josefologia - Parte IV - Capítulo 61)


"São José foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus mediante o exercício de sua paternidade..”.  e justamente dessa maneira coopera na plenitude dos tempos com o grande mistério da redenção, sendo verdadeiramente "ministro da salvação". Na verdade conforme nos ensina a constituição "Dei Verbum”, Jesus, Verbo feito carne, foi enviado pelo Pai entre os homens para a nossa salvação e ele a cumpriu "sobretudo com a sua morte e ressurreição dentre os mortos e, com o envio do Espírito Santo”, mas também "com o próprio acontecimento de sua presença e com a manifestação de si próprio ".
O período da vida de Jesus que compreende a paixão, a morte, a ressurreição, a ascensão, a sua glorificação e enfim o envio do Espírito Santo, é sumamente salvífico, por isso os evangelistas dedicam grande atenção no contexto da vida pública de Jesus que vai desde o seu batismo até a sua ascensão ao céus.  Contudo este período precioso da vida de Jesus não tira o valor dos anos precedentes que ele viveu e por isso não se pode deixar de levar em consideração também o período da sua infância; não se pode esquecer que o desígnio da redenção tem o seu fundamento no mistério da encarnação que não somente a supõe, mas também é a sua expressão concreta.
A humanidade de Cristo, ligada à divindade, foi justamente o instrumento que Deus assumiu para santificação dos homens. A salvação que passa através da humanidade de Jesus se realiza nos acontecimentos do cotidiano da vida familiar que Jesus viveu com os seus pais . Desta forma, as prescrições às quais Jesus se submeteu, como também as atividades humanas que ele condividiu, não devem ser consideradas simplesmente como um exercício da sua virtude de obediência e de sua humildade.
A inscrição anagráfica de Jesus por ocasião do recenseamento romano (Lc 2,1-5), manifesta de modo claro a sua pertença ao gênero humano, homem entre os homens, cidadão deste mundo, sujeito às leis e às instituições civis, mas também a sua comunhão com todo o gênero humano. Com a sua circuncisão ele entra a fazer parte do povo da aliança, mas realiza também a verdadeira aliança entre Deus e os homens. O nome de Jesus, o qual ele o recebeu de José, não é uma pia invocação da ajuda divina, mas a programação de que esta criança salvará o mundo dos seus pecados. A sua apresentação ao templo assinala definitivamente a pertença da humanidade a  Deus e Jesus não deixará de proclamar a sua total pertença ao Pai, quando aos 12 anos permanecendo no templo afirmará: "devo  ocupa-me das coisas do meu pai".
Em todas estas observações da lei, seja civil que religiosa, nas quais Jesus é o autor principal, a figura que precede a observância é aquela de José, ao qual como pai compete a fiel execução do quanto Jesus não poderia automaticamente fazer.
José foi "o ordenador do nascimento do Senhor", o "ministro de toda a economia", o "minister salutis". A igreja reconhece oficialmente que foi confiado " aos cuidados primorosos de São José os inícios da nossa redenção " e faz memória disto no sacrifício eucarístico, memorial perpétuo da redenção, venerando-o juntamente e com a gloriosa sempre virgem Maria, antes dos Apóstolos, dos Sumos Pontífices e dos Mártires.

Questão para o aprofundamento pessoal