AS CONFRARIAS E IRMANDADES (Curso de Josefologia - Parte III - Capítulo 50)


Acredita-se ser do séc. XIV uma associação juvenil feminina, estabelecida em Avinhão (na França) sob o Patrocínio de São José. Em 1485, em Colônia (Alemanha),  junto de um convento Carmelita foi instituída uma “Sociedade de São José”.
Em Florença (Itália), em 1514 já vimos existir uma Irmandade de São José, da qual surgiram posteriormente os “ Cavaleiros de São José”. Em Roma, sob o Papa Paulo III, em 1539, 30 operários deram origens à Venerável Arquiconfraria de São José dos Carpinteiros (ou Marceneiros), que teve sua sede na cela superior do Cárcere Mamertino. No início do século XVII agregou-se a ela a “Universidade dos Carpinteiros”,  instituída sob Clemente VII em 1525, na Igreja de São Gregário em localidade “Ripetta”. Este nome “Universidade dos Carpinteiros” compreendia uma verdadeira corporação de  artes  e profissões sob o patrocínio de São José. Pelos documentos de seu arquivo, pertenciam-lhe “fabricantes de carroças, barcos, molas, tambores, caixas de fuzis, caixas de todo tipo, tinas, barris, cadeiras, tamancos, material para fornos, foles... além  de ebanistas, torneiros,  entalhadores, escultores e serradores...” Desde 1922 a Arquiconfraria está confiada aos cuidados espirituais da Congregação dos Oblatos de Maria Virgem.
Ainda em Roma, em 1542, o já lembrado Côn. Desidério fundou em Santa Maria “ad Mártyres” (Pantheón) a “Companhioa de São José de Terra Santa” (hoje “Pontifícia Academia Artística dos Virtuosos, junto do Pabthheón’), constituída por “homens excelentíssimos na arquitetura, escultura e pintura, e em qualquer outro ofício digno de alto  engenho”.
No séc. XVII foi fundada em Valladolid (Espanha) a “Confraria de São José dos mestres entalhadores e em Bonn (Alemanha) a “Confraria  da Corte do Príncipe Eleitor”,  igualmente sob o patrocínio de São José.
Na França, no mesmo período, surgem Confrarias em todo lugar; na Bélgica, toda cidade tem a sua...
Entre as inúmeras Confrarias, merecem destaque: a  “Associação do Culto Perpétuo de São José”, nascida em Milão em 1854 e aprovada por Pio IX com o breve “Jam alius”, de  05/07/1861; a União Missionária de São José, fundada em  Aquisgrana, em 1862; a Arquiconfraria de Maria Santíssima da Saúde e dos Santos José e Camilo de Léllis, fundada em Roma por Pio IX em 1866, na Igreja de Santa Maria Madalena para o auxílio espiritual dos enfermos e em especial dos moribundos; a Pia União Primeira de Trânsito de São José para a  Salvação dos moribundos, fundada em Roma, na Igreja de São José “al Trionfale”, pelo Bem-aventurado Pe. Guanella e  instituída por Pio X a 17/02/1913.
Na França destacam-se as Irmandades de Beauvais, Angers, Seyssinet-Isére, Lyon, Paris. Na Alemanha, destaca-se a Sociedade de São José (de Colônia), para a assistência pública dos inválidos, fundada em 1804. E todos conhecem  a Obra de A. Kolping  (+1865), da qual São José é padroeiro. Na Espanha há a Confraria de São José de Tortora, a Associação de São José de Valladolid e a “Pia União de São José da  Montanha”, de Barcelona. A Bélgica tem as Irmandades do “Culto Perpétuo de São José”, em Malines e Liége;  a “Legião dos Filhos de São José”, em Liwaina e a “Associação de São José” em prol dos Sacerdotes falecidos, em Tournay.
Vale a pena, enfim lembrar que além dos patronos de São José indicados até aqui sobre organizações religiosas, categorias sociais e moribundos, no séc. XV o  nosso santo foi invocado, por determinação do Concílio de  Constança, “contra o flagelo da peste”, juntamente com São Roque e, pelos Franciscanos, “contra o flagelo da usura” e  como “Padroeiro das Casas de Penhores”. Memória viva deste último fato é o nome que elas recebem no sul da Itália,  onde são chamadas “Casas de São José”.
      No Brasil, o Santo foi escolhido como patrono de diversas localidades, regiões e províncias, sobretudo a partir do século XVIII. Entre elas lembro apenas algumas a título de ilustração: São José de Guaporé, na Província de Mato Grosso desde 1752, São José do Brejo na Paraíba, São José da Terra Firme na Província de Santa Catarina em 1750, São José do Rio Negro em 1755, hoje cidade de Manaus. Na Província do Rio Grande do Sul, desde 1762 temos São José da Barra. No Paraná encontramos a cidade de São José dos Pinhais, em São Paulo São José dos Campos, em Goiás São José de Tocantins. No Ceará, a cidade de Crato é consagrada a São José, e no Pará   comarca de São José de Cerzedelo. Em suma, o nome de São José se espalhou e sua proteção foi escolhida em todo o Brasil, fazendo com que hoje haja em nosso país cerca de 90 municípios oficialmente catalogados com o seu nome, o mais difundido entre os mais de quatro mil municípios brasileiros.
      São José foi proclamado patrono especial do Reino da Boêmia em 1665 por Ferdinando III. Em  1675 foi escolhido como patrono dos domínios austríacos e no  seguinte dos territórios germânicos. O Ducado da Baviera foi consagrado a ele em 1664. Na Alemanha, é patrono de Osnabruck e de Trier.
      Com São Francisco Xavier, tornou-se patrono da China. Em 1679, foi declarado patrono da Espanha e  logo depois substituído por São Tiago. Ainda nesse  país, é patrono das cidades de Segorbe e de Valor. Na Polônia,  é  patrono da cidade da Cracóvia desde 1715. Em El Salvador, da cidade de Quezaltepeque. É patrono da República do Peru desde 1828, reconfirmado em 1957 pelo Papa Pio XII.
      Há também um  grande número de dioceses dedicadas a São José. Lembro de passagem a diocese de Orvieto  e a diocese de Noto, na Itália, da qual é  co-patrono. Na França, é patrono da diocese de Paris. Na Canadá da Província eclesiástica de Quebec desde 1859, da diocese de Ottawa desde 1848, assim como de outras no mesmo país. Na China,  é  patrono das dioceses de Wuchang, Changsha e Hankow, e no Vietnã da diocese da Hanói. Na Bélgica, da diocese de Liège desde 1676. Na Polônia, da diocese de Wladislávia. Em Portugal, da diocese de Beja desde 1967. Na Grécia, da diocese de Chio. Na Inglaterra, de Westminster desde 1898 e de Liverpool. Nos Estados Unidos, São José  é patrono da diocese de Saint Joseph em Kansas City, das dioceses da Província do Oregon e da arquidiocese  de Hartford em Connecticut, da diocese de San José na Califórnia e da arquidiocese de Anchorage no Alasca. Foi eleito patrono da diocese de Tamatave em  Madagáscar e co-patrono da diocese de Iringa,  na Tanzânia.
      São José é patrono de inúmeras escolas e colégios que  trazem seu nome. No Líbano,  na cidade de Beirute, existe a Universidade de São José. Ele é patrono da Associação Cristã dos Trabalhadores Italianos desde 1945 e da  Tipografia Poliglota Vaticana. É patrono de inúmeras obras de assistência social, de seminários etc.
      Na  América Latina, é  patrono da diocese de San José de Costa Rica desde 1850; da diocese de Mayo no Uruguai; da diocese de Caacupé no Paraguai; das dioceses de Temuco e Anfofagasta no Chile; das dioceses de Palmira, Duitama, Bucaramanga e Cúcuta na Colômbia; da diocese de Georgetown nas  Guianas e da diocese de Maracaí na Venezuela. Na Argentina,  é patrono da  diocese de Santa Fé desde 1899 e de Reconquista e co-patrono de diversas outras. No México, é  patrono da diocese de Tapachula, Autlán e Chihuahua, e co-patrono das dioceses de Texco, Toluca e Veracruz.
      No  Brasil,  é o  patrono principal das arquidioceses de Fortaleza e  Mariana, das dioceses de Campo Mourão, Garanhuns, Itabuna, Macapá,  Pesqueira, Rio Preto e São José dos Campos. É padroeiro secundário da diocese de Oliveira e titular das igrejas metropolitanas de Fortaleza e Campo Grande e das catedrais de Araçuaí, Montes Claros e Rio Preto.
São José é também o Patrono de diversas cidades e nações dentre  as quais lembramos que a “Nova Espanha” (México e Ilhas Filipinas) desde o primeiro Sínodo de 1555 escolheu a São José como padroeiro. Na República Mexicana os lugares que têm o nome do santo são 281. Os Agostinianos, chegados à Filipinas em 1565, deram o nome de São José a várias cidades (hoje, 20 mais ou menos). Os Jesuítas dedicaram-lhe o primeiro Seminário Apostólico, em 1602.
Na Itália se consagraram a São José: Nápoles (no ano de 1602), Frascati (1605), Palermo (1612).
Em  1624 foi-lhe consagrado o Canadá.
Fernando III, em 1655, fez proclamar São José especial padroeiro do reino da Boêmia (Tcheco-Eslováquia;  e o filho dele, Leopoldo I, conseguiu de Clemente X, em 1675, que fosse declarado também padroeiro da Áustria, que então compreendia Trieste, Gorízia, toda a região do Tirolo, Bolzano e Trento.
Em 1678 Inocente XI oficializou a escolha de São José como especial padroeiro das missões na China.
Carlos II obteve em 1679, do mesmo Papa, que o Santo fosse proclamado patrono da Espanha, mas tal patronato foi logo impugnado em favor de São Tiago: ele permaneceu, porém, sobre os outros domínios do Rei da Espanha,  ou seja, sobre a Bélgica e as nações americanas que então lhes pertenciam à coroa espanhola.
Com Breve Apostólico de 19/03/1957, Pio XIII declarou São José Padroeiro do Peru, já em 1828 o congresso republicano havia posto a nova república sob o seu patrocínio, mas faltava-lhe o decreto oficial da Santa Sé.
A difusão do nome do esposo de Maria no mundo é facilmente controlável num índex geográfico. Limitando-nos propositalmente, à Itália, os topônimos em sua honra são 28. Número exíguo, se comparado com o de países de mais recente formação, passados ao Cristianismo depois que o culto do Santo já era em pleno desenvolvimento, mas número significativo, se considerarmos que ele ocupa o 17º lugar na escala dos topônimos de Santos onde, excluídos Nossa Senhora e São Pedro , o primeiro lugar pertence a São  Martinho (de Tours, na França) com 160 topônimos.



Questões para o aprofundamento pessoal

1.    Indique o nome de duas confrarias dedicadas a São José.
2.    Indique o nome de três dioceses consagradas a São José.
3.    Indique o nome de três nações que receberam o Patrocínio de São José.