SÃO JOSÉ, NO CULTO (Curso de Josefologia - Parte III - Capítulo 43)


Pio IX no decreto “Quemadmodum Deus, com  o qual proclama São José “Patrono da Igreja Universal”, afirma que a “Igreja sempre venerou a São José com grandes honras e louvores”. Não se trata, é claro, de afirmações hiperbólicas, próprias do estilo dos documentos legais: trata-se, pelo contrário, da verdade de inúmeros testemunhos históricos ao longo dos séculos.
É  necessário reconhecer, com certeza, que a  Igreja primitiva enfrentou dificuldades não pequenas com relação ao patrimônio doutrinário, por ela possuído como semente ainda por desenvolver. A convivência de José no  interior da Sagrada Família acabou absorvendo a memória do nosso santo na luz bem mais luminosa de Jesus e de Maria Santíssima. É por este motivo teológico que as lembranças de José são raras e genéricas até mesmo na Palestina, onde por outro aspecto existem basílicas desde o séc. IV (em  Nazaré e Belém), que se tornaram centros de culto em honra do santo. Em Nazaré, na Basílica da Anunciação, acreditou-se até mesmo na descoberta do sepulcro de São José, quando debaixo da basílica foi achada uma pequena gruta. Hoje,  porém, se supõe que seja o sepulcro de Conde José de Tiberíades, primeiro construtor da Basílica ,  ou do mártir S. Cono, que teria sido originário de Nazaré.
Na Europa, os mais antigos exemplos de  construções em honra de São José pertencem à Itália. Junto da Catedral de Parma há um oratório a ele dedicado desde o  ano de 1074. A primeira Igreja (conhecida) dedicada a São José é reivindicada por Bolonha desde o ano 1129. Ignoramos por quem e quando ela foi construída; sabemos, porém que pertenceu primeiro aos Beneditinos, passando em 1300 aos servos de Maria.
A Abadia Beneditina de Alcester (Warwickshire) em 1140 incluiu São José como padroeiro secundário de sua Igreja. Em 1254 uma capela foi construída por um ex-Cruzado,  o senhor de Joinville, na Igreja de São Lourenço da mesma cidade (Joinville – sur – Marne), a fim de custodiar uma relíquia de São José por ele achada na Palestina.
Em Avinhão, na Igreja de São Nicolau, uma capela foi dedicada ao Santo  pelos idos de 1375, como resulta pelo brasão de Gregório XI (1370-1378), que decora o altar da mesma.
Em Milão, o santuário de São José começou a ser construído em 1503.
Em Roma, desde 1540 a veneranda Arquiconfraria de São José dos Marceneiros construiu sobre o Cárcere Mamertino uma igrejinha de madeira, que em 1598 foi substituída por outra de alvenaria desenhada pelo arquiteto milanês João Batista Montani, e consagrada em 11 de novembro de  1663. Além da Igreja, havia ao seu lado amplo oratório reservado aos exercícios de culto dos membros da Irmandade.
Em 1541, o monge cistercense Desidério do Adjutório, Cônego de Nossa Senhor dos Mártires (Pantheon), conseguiu faculdade de erigir no mesmo templo um altar em honra de São José da Terra Santa”, título devido ao fato de ter sido colocada, no interior do altar, Terra trazida dos Santos Lugares.
Santuário Josefino muito celebrado é, ainda  hoje, o de São José Vesuviano, perto d Nápoles, cujas origens remontam do ano 1622.
Em 1613, Maria de Médici deitou em Paris a  primeira pedra da Igreja dos Carmelitas Descalços, considerada por todos a primeira Igreja dedicada a São José em terras de França, mas que divide esta honra com a Igreja dos Jesuítas de Lyon e com ela partilha o fato de ter sido fruto da devoção do Jesuíta Pedro  Cotton (+1626). Ainda em  Paris, há outra Igreja que um grupo de Cistercenses  Reformados (chamados “Feuillantes” dedicou a São José: nela, Bossuet em 1657 fez o seu primeiro panegírico do santo. Deve ser lembrado, também, o Santuário de São José em Cotignacvar de Provence: foi erigido em 1660, depois da aparição do  santo e o aparecimento de uma fonte milagrosa. Outro Santuário famoso em terra de França é o Espaly.
Dois há na Bélgica, respectivamente em Bruxelas (dos Redentoristas; é de 1842), e em Luvaina (dos Pes. do Sagrado Coração; é de 1860).
A Holanda tem seu santuário Josefino em Smakt (Linburgo).
A Espanha edificou em Barcelona, no fim do século XIX, dois templos ao santo:  o primeiro é dedicado a  “São José da Montanha”; o segundo, à Sagrada Família, mas com intenção evidente de propagar a devoção a São José.
Em Londres (mill Hill), desde 1874 admira-se a bela Igreja dedicada a São José por vontade do Card. Vaugham.
O Canadá possui a Basílica de Montreal,  Santuário Nacional de São José, fundado  em 1904 pela fé e devoção de um Irmão leigo da Congregação de Santa Cruz, o  Irmão André (do século, Alfred Bassette, (+ 1937)).
Na Itália existem outros santuários Josefinos em Roma (São José do Bairro Trionfale, Asti (Santuário dos  Oblatos de são José), Veneza, Trento, etc.
O Brasil tem seu santuário Josefino em Barbacena (Minas Gerais) e em outros lugares como o Santuário de São José na cidade de Apucarana-PR.
O México, em Monterrey.
O Equador, em Salinas.
A Califórnia (USA), Em Santa Cruz, etc.
Nem é possível sequer lembrar todas as paróquias e capelas dedicadas ao santo no mundo inteiro. Seja suficiente dizer que no fim do séc. XVIII a ordem do Carmelo já tinha, sozinha, mais de 150.


Questão para o aprofundamento pessoal

1.    Faça uma síntese dos principais lugares de culto Josefino surgidos ao longo dos séculos.